sexta-feira, 4 de maio de 2007

Geribá

Se pego você e você vem comigo
A levo para um quarto apertado
E antes que tenha tempo de abrir os olhos
Já terei beijado todo o seu corpo nu
Sem jamais me permitir desistir
De suas carícias maravilhosas
Sem jamais temer nada
Apenas o temor do tempo passar
E não poder mais me alucinar com você
Inventamos nossas intenções
Permitimos toda casualidade
Passional amante de minhas coisas
Nem afrodite seria capaz de me enfeitiçar assim
Levitação morena de minha alma
Olhos pedintes
Mãos suadas
Pêlos arrepiados
Boca molhada
Pés entrelaçados
Sua beleza é tão evidente
Nua fica melhor ainda
E se pego você de novo e você vem comigo
Eu a levo para o campo
E antes que feche os olhos
Já acariciei todo o seu corpo nu
Coberto apenas pelas folhas
Que insistem em cair na bela tarde de inverno
Que venha a chuva, trovão
Que venha a ventania, furacão
Só não me deixe no só, sozinho
Povoe ao menos minha mente
Com incontáveis lembranças
E não apenas com sonhos deliciosos
Perfeito é o seu perfume natural
Unhas arranhando
Dedos cruzados
Pernas roçando
Braços encaixados
Pescoço tenso
E se eu sempre consigo pegar você e você vem
A levo para a praia de Geribá
E antes que pisque seus olhos
Já enxuguei toda a água salgada do seu corpo nu
Que só a espuma do mar o toca
Numa noite onde a lua insiste em invejá-la
Tentativa em vão
Grito ao horizonte que não vejo
Que o paraíso é o seu corpo brilhante
Que venham as ondas, caixote
Que venham os tubarões, barbatana
Só não se transforme em sereia e me deixe
Brinque de mergulhar em meu corpo
É como conseguir beijar o céu
Meu anjo da guarda então sorri
Juntos voaremos
Peito apertado
Cabelos ao vento
Face dourada
Nariz gelado
Coração escancarado
Basta que a pegue e você venha comigo

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